sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Daqui prá frente é rípio...

O hotel que ficamos em Bariloche foi o "Tango inn", na avenida principal da cidade: simples, bom e barato. Apenas $200 pesos, incluindo café da manhã e "cocheras para las motos". A temperatura na cidade, estava em torno dos 10 graus, com sensação de 4, pois ventava muito.
Depois da janta, demos uma volta e fomos dormir.
Acordamos um pouco mais tarde, escrevemos o blog e pegamos a estrada. O plano era chegar até a cidade de Futaleufú, no Chile.
A estrada de Bariloche até El Bolsón é muito bonita, sempre cercada de muitas flores amarelas, parece até que a estrada está iluminada pelo sol, pois ele hoje não deu as caras por aqui. Muitas e muitas montanhas, sempre com neve no cume. Asfalto de primeira, bastante curva, muitas subidas e descidas. Trecho bastante divertido, dá para andar a 100/120 por hora.

Temos andado sempre com a capa de chuva, pois ela insiste em cair. Na verdade a capa ajuda a segurar um pouco o frio e mantém nossas roupas livres de sujeira da pista.
Um equipamento que estamos usando e que tem nos ajudado bastante para evitar o frio e a chuva são as "orelhas de elefante" - pouco comum em São Paulo, são mais usadas no sul do Brasil. Tanto é que as comprei de uma loja de Santa Catarina (Motoban) no ano passado. Não molha as luvas e mantém as mãos sempre quente.

Hoje saímos da Argentina e entramos no Chile pelo Paso Futaleufú. Na aduana Argentina, encontramos um grupo de espanhóis com motos BMW GS 650. Estavam com motos alugadas e com apoio de uma Hilux. Nos contaram que passaram um uma região onde a estrada estava totalmente cheia de barro e suas motos acabaram se atolando. Tiveram que retirá-las do local com barro até a metade. Nos deram as dicas para evitarmos este trecho, pois com nossas motos, não dá para passar.
Os espanhóis com as BMW

Na preparação da viagem, tive a oportunidade de ler dezenas de blogs sobre o assunto, incluindo blogs de "mochileiros, jipeiros, motorhomeiros, etc" e em nenhum deles li algo sobre calibragem de pneus par andar no rípio. Então na dúvida, coloquei na mala um calibrador, daqueles mais simples, para murchar o pneu caso fosse preciso. 
Quando saimos da cidade de Trevelin, iniciamos no rípio. Nossas motos estavam incontroláveis. Não conseguíamos mante-las numa reta, pois dançavam muito. A forma então foi fazer uma tentativa de diminuir a pressão dos pneus para ver como ia ficar. Baixamos o dianteiro de 32 para 20 e o trazeiro de 36 para 30 lbs. Maravilha! O comportamento da moto ficou muito melhor - agora ela não dança como antes e dá mais segurança. Acho que encontramos a receita certa. Quando chegarmos ao asfalto novamente, vamos voltar à pressão original.

 Baixamos a pressão dos pneus

 Rio Futaleufú

Paso Futaleufú


Curiosidades de hoje:
1) Chegando em Esquel, enchemos os tanques reserva. A partir de agora vamos mante-los sempre cheios, pois não sabemos onde é que "não terá gasolina". Pois estamos no meio do nada! Isso não chega a ser uma grande curiosidade, mas para nós brasileiros, não estamos acostumados à falta de gasolina.


Distância percorrida hoje: 358 km (36 rípio + 322 asfalto)
Distância acumulada: 4.871 km

2 comentários:

  1. Wellington, boa tarde !
    Li sobre a calibragem, acredito que de 32 pra 20 no dianteiro, você está correndo o risco de passar numa pedra e estragar a roda, e se tiver pneu sem cãmara, você terá dor de cabeça ! Veja se baixando 5 a 7 libras não resolve !
    Boa viagem !

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  2. Na Carretera Austral, lembrei muito de você! Vimos um casal, cada um numa BMW Adv. Ela era muito alta e ele também. Lembrou vc. e a Ilse. Você vai gostar desta rota.
    Realmente sobre a calibragem é certo mesmo. O problema é que depois que a gente baixa a pressão, não dá para aumentar. Não temos bomba para encher. Só parando numa gomeria.

    Abraços.

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